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Três antes dos Trinta

30
Jul18

Marias Bitaites

Ana Sousa Amorim

Ora, já se sabe que quando nasce uma mãe nasce uma multidão de Marias Bitaites. Eu já encontrei estas subespécies:

A Ai-o-meu-não:«Ai o teu filho não come bem? Ai o meu não, logo a primeira vez que lhe dei comeu o prato todo tive que ir aquecer mais!»«O teu não dorme bem? Ai o meu não, desde que veio da maternidade que dorme 10 horas à noite, eu às vezes até tenho saudades dele!»«O teu filho está na fase das birras? Ai o meu não, nem sei o que são birras, ele é muito calminho, nunca chorou.»

Die, bitch.

A positiva:«Sabes, isto não são birras, são eles a comunicarem. E nós temos que ouvir, é só isso.»

Não toutóbir.

A saudosista:«Ainda vais ter saudades disto, a sério, o meu tem 3 meses e eu já estou cheia de saudades de quando ele nasceu.»

Eu percebo, eu tenho imensas saudades… de quando eles ainda não tinham nascido!

A sabe-tudo:«O bebé não gosta do banho? Isso é alergia à água. Tens que cristalizar a água que basicamente consiste em ferver a água, deixar evaporar TODA, depois voltar a ferver, abençoar, congelar e depois deixar entre 3 a 5 dias a descongelar e dar banho com essa água. Vais ver que passa.»

What.the.fuck?

A que tem uma prima que também lhe aconteceu isso, mas na volta não:«A minha prima teve uma bebé que também passou por isso. Mas foi menos tempo, ou mais, já não me lembro. E acho que ficou tudo bem. Ou não, espera, não, ela teve que ser operada, foi isso. A sério, foi isso, ela depois ainda teve que ser operada. Mas depois ficou tudo bem. Ou não, já não me lembro bem, mas acho que ela ainda hoje tem lesões.»

Aaaaah obrigada, pá. Obrigada.

A papa descontos-promoções-preços baixos:«Espera lá esta fralda que eu estou aqui a ver é da Dodot? Sabias que as de marca branca e são 0,2567 cêntimos mais baratas e são iguais? A sério, SÃO FEITAS NA MESMA FÁBRICA. Nunca mais compres disto, estás a perder 0,2567 cêntimos de cada vez e isso vezes 7 por dia são 7 vezes 0,2567 e no final do ano - acredita que eu já fiz as contas - é uma viagem ao Brasil, a sério.»

Espera, não apontei, são de onde? Viagem ao Brasil, mas não estávamos a falar de fraldas? Ai fónix, queres que eu vá ao Brasil com eles, tu és doida?

A que fala para o bebé e não para nós:«Ai tens que dizer à tua mãezinha que já não te deve pôr chuchita que isso é para bebés e tu és crescidote.»«Ai ainda de fraldita, quando é que pedes à mamã para te fazer o desfralde???»

Are you talking to me? É que o meu sensor de recados indirectos escafodeu por isso não percebi.

A que te quer criticar mas não consegue então elogia de forma reles:«Sabes, no fundo gostava de ser como tu, assim depreendida e relaxada, eu sou muito protectora parece que não consigo desligar-me deles nunca e que os amo mais que tudo, percebes?»

Olha eu cá não quero ser como tu, odeio cabras passivo-agressivas.

A que acha que isto é um jogo e faz sempre raise:«Ai estás aí a queixar-te, mas tu ainda tens imensa ajuda. Eu não tenho avós e empregadas e ainda faço tudo o que estás a fazer enquanto me balanço numa corda numa daquelas biclas só com uma roda.»

Eia, xau, eu não tinha percebido que isto era um concurso, se soubesse tinha treinado as lamúrias, vim sem estudar.

A que nem quer dizer nada mas depois diz tudo:«Pois, olha, eu na altura nem quis dizer nada, mas eu sempre achei isso. Sempre. Os pediatras hoje em dia ainda aconselham isso, mas cá para mim é maligno. Mas pronto, quem sou para dizer, é só o que aconselham os mais recentes estudos, mas eu não quero estar aqui a dizer que estás a fazer mal, eu é que como sei estas coisas não consigo ficar calada.»

Mas olha que calada eras uma poeta.

 

Eu, Maria Bitaites, me confesso. É por bem, às vezes quero tanto ajudar que acabo a mandar postas.Mas não vamos é exagerar, sim? Deixem as mães em paz!

26
Jul18

Dia dos avós

Ana Sousa Amorim

Dos meus

Quis o tempo que crescesse apenas com uma avó, a minha avó paterna, a minha avó Helena, a quem chamei sempre só avó porque a minha avó Rosalina morreu antes de eu nascer. Os meus avôs morreram quando eu era pequena. A minha avó era uma avó tão avó como só os avós sabem ser. Hoje consigo olhar para trás ver que era mãe (e sogra), mas para mim enquanto crescia era só avó, era só minha e da minha irmã (e, mais tarde, da minha prima). Duvido que os meus pais gostassem sempre de tudo o que nos fazia, mas eu adorava. Eu queria, a minha avó dava. Eu queria, a minha avó não desistia até me conseguir dar. Eu existia, ela era feliz. Tenho muitas saudades dela, todos os dias penso que adorava mostrar-lhe muitas coisas. Foi também o meu primeiro luto, e foi com ela que aprendi que nunca estaremos prontos para dizer adeus de quem gostamos e nunca o faremos de forma definitiva. Hoje, neste dia dos avós, e em tantos outros, penso nela e em como me formou e penso que gostava muito de lhe dar um beijo, agradecer-lhe e pedir-lhe um bollycao.E porque já muito falaram sobre isto e infinitamente melhor:

«No fim de semana, muito antes da hora do almoço, ela fritava batatas, punha num prato, e depois cobria com a tampa de uma panela. O vapor condensava-se no interior da tampa e depois a [h]umidade chovia sobre as batatas. Por isso, as batatas ficavam moles.

Na casa da minha avó, nunca comi batatas que não fossem moles. Quando hoje me põem no prato batatas estaladiças eu penso: essa pessoa sabe fritar batatas, mas ela não me ama. Não fez as batatas com aquela antecedência. Arriscou que as batatas não estivessem prontas quando eu quisesse almoçar.»

Ricardo Araújo Pereira, para a Folha de São Paulo, para ler aqui.

Dos dos meus filhos

Os avós dos meus filhos são os nossos pais. Isto, além de ser uma verdade de La Palice, é a base de tudo e não há como o esquecer. Os avós dos meus filhos fazem muito por eles, mas muitas vezes fazem muito para eles por nós. Muitos dizem-me que quando os netos nascem nós deixamos de existir para os pais. Por aqui só achará isso quem não sabe ver. Por detrás da euforia, do entrar sem nos cumprimentarem e correram para os ver, os nossos pais estão lá, preocupados connosco, com a nossa sanidade, com o nosso sono, com o nosso casamento, com os nossos trabalhos. Os nossos pais perdem noites com as nossas preocupações e é por nós que fazem muito. São muitas vezes bons avós por serem excelentes pais.Pelos netos, os avós fazem tudo. O amor dos avós não tem igual. Eu adoro ver os meus filhos terem aquilo que eu tive, avós como só os avós sabem ser. Os meus filhos têm uma sorte imensa de poder ter os avós que têm. Não conheço melhor. O nosso grande azar é termos perdido um elemento do quarteto. Dói-me mais do que consigo dizer que os meus filhos não venham a conhecer o Avó Raul, o meu sogro,  não oiçam as suas histórias por ele e não o ajudem a colar postais. A vida não é muitas vezes justa e o que queremos dela, mas é a que temos. E, apesar disso, o que temos é muito bom.Os avós são avós, são cuidadores, são apoio, são a nossa força e por isso não merecem só um dia, mas todos de agradecimento.Dia dos avós, quando se tem avós como estes, são todos os dias. Queridos filhos, que sorte!
20
Jul18

Leonor, a motard

Ana Sousa Amorim

Como disse aqui, a Nonô tem uma plagiocefalia e braquicefalia diagnosticadas desde os 2 meses.

Ambas são deformações do crânio. No caso da Leonor são posicionais, ou seja, resultam da posição que a Leonor adoptou no útero e que depois tentou manter o que a levou a ficar com a cabeça torta.

A plagiocefalia é o desvio lateral da cabeça e a braquicefalia é o achatamento da parte de trás da cabeça.

O diagnóstico foi feito aos 2 meses na Unidade de Intervenção Precoce da Maternidade Bissaya Barreto onde os gémeos são seguidos por terem estado na UCIN. Nós não reparámos, quando percebemos ficámos chocados como é que não tínhamos visto antes. Costumam ser os pais a reparar no diferente formato da cabeça, mas no nosso caso isso não aconteceu. É inevitável não nos sentirmos culpados por não termos visto antes.

Desde então tudo tem sido um caminho longo e foi precisamente a fazer uma ecografia de rastreio para levar tudo certo a um especialista que se detectou a displasia da anca.

Tentámos muito não ter que chegar a esta fase, mas o desvio da Leonor é grande e a opinião médica é que agora só é corrigível com o uso de capacete (banda ortopédica).

Fomos colocá-lo a semana passada. Em princípio terá que usar cerca de 4 meses.

Alerta: esta é a história da Leonor, é o que faz sentido para a Leonor e é o caminho que nós achamos que funcionará para ela. Nem todas as situações são iguais e nem todas as coisas funcionam em todas as crianças. Tenham paciência com a minha falta de paciência, mas não me chateiem com a história da prima da Josefina que também tinha isto e foi só mudar o berço de lugar e pôr uma almofada que ficou boa e não me digam que isto é exagerado porque mais ninguém sem sermos nós conhece a situação em profundidade.

Aprendi alguma coisa com a partilha da displasia da anca da Leonor - há poucos artigos de blogues a falar sobre isto. Tive muita gente a chegar ao blogue por causa dos outros textos (são os mais lidos), por isso já sei que a questão da plagiocefalia também irá trazer algumas pessoas que passam pelo mesmo.

Por isso e porque senti falta de testemunhos transparentes e completos na busca:

  • A plagiocefalia, como disse, é uma deformação craniana e agora é mais comum devido à posição aconselhada para dormir (de barriga para cima) para evitar o Síndrome da Morte Súbita do Lactente. Este site tem imensa informação sobre a plagiocefalia e outras deformações e foi-me aconselhado pelo pediatra, pelo que acho que é uma fonte segura.
  • Assim que tivemos o diagnóstico, aos 2 meses, começámos a usar a Almofada Mimos - uma almofada prescrita para estes casos e que faz prevenção das deformações. Notámos melhoria na posição, mas notámos também que a Leonor tinha aversão à almofada, tentava — dentro dos limites do que conseguia — ver-se livre da mesma. Paralelamente, trocámos o berço e começámos a tentar contrariar-lhe a posição. Sempre que podia, ou seja, sempre que estava capaz de a vigiar, colocava-a a dormir de barriga para baixo.
  • Aos 4 meses, sem melhorias, falámos com o pediatra e perguntámos se não seria melhor consultar uma fisioterapeuta para despistar o torcicolo congénito. Eu havia lido sobre isso e notava que havia mesmo muita resistência da Leonor em virar para um lado: apesar de lhe termos mudado a berço, por exemplo, ela continuava sempre virada para o mesmo lado (mesmo que implicasse olhar para a parede). O pediatra concordou.
  • Fomos então a uma Fisioterapeuta que nos deu boas e más notícias. Boas: não era torcicolo congénito. Más: apesar de entender que com exercício a plagiocefalia diminuiria bastante, informou-nos que era a sua opinião que não seria suficiente, o grau de deformação da cabeça da Leonor talvez só fosse corrigido com a utilização de um capacete.
  • A fisioterapeuta disse-nos algo que já havíamos lido em muito lado: a questão da deformação é apenas estética. Depois, viemos a confirmar que talvez não seja só estética, mas este é um ponto importante. Aqui chegados, sabendo que a fisioterapia (e a osteopatia, tantas vezes recomendada nestas situações) não seria suficiente para tratar totalmente o desvio, ponderámos imediatamente a colocação do capacete e a consulta de um especialista. Acabámos por aguardar pela consulta seguinte com o pediatra para nos indicar melhor o caminho.
  • Entretanto, fiz pesquisa. Encontrei o grupo de facebook Plagiocefalia Portugal, fiz umas perguntas, falei com uma amiga de uma amiga que também passou por isto e comecei a tentar perceber o panorama. A colocação do capacete para tratamento da plagiocefalia não é feita no sistema nacional de saúde, o que significa que tem que ser suportada pelos pais. Por um lado, porque se entende que o problema é apenas estético, por outro, porque nem todos os especialistas lhe reconhecem eficácia. Não há muitos sítios a fazerem a colocação e parece-me que existem duas grandes opções: colocar em centros ortopédicos, em que não são médicos que colocam, mas sim técnicos de ortopedia, e junto de médicos especialistas. Da minha investigação, existem dois centros ortopédicos que se destacaram: um em Braga (que contactei e que me indicaram que faziam os capacetes por scan) e em Lisboa. Em ambos a colocação do capacete ficava entre 800 € e 1000 €. Em relação à colocação do capacete por um médico, obtive contactos de dois especialistas: o Dr. Joan Pyniot, um médico espanhol que dá consultas no Porto, e a Dra. Paula Rodeia, que dá consultas em Lisboa, nos Hospital Lusíadas. Os valores de que nos falaram relativamente ao capacete no Dr. Joan Pyniot rodam os 3700 €, que não sei se incluem consultas, ao passo que os valores do capacete da Dra. Paula Rodeia são de 2750 € mais consultas.
  • Chegada à consulta do pediatra, ele, com algum receio de que fosse algo mais do que uma plagiocefalia, aconselhou-nos a ir à Dra. Paula Rodeia, uma vez que é neurocirurgiã. O pediatra queria certificar-se que a assimetria não se devia antes a uma craniossinostose (que é o enceramento precoce das suturas do crânio condição que não é tratável com o uso do capacete, mas sim com cirurgia).
  • Por esta altura ficámos um pouco em pânico e se até aí estávamos nervosos com a questão do capacete, a hipótese de ter que ser operada pôs tudo em perspectiva e ficámos ansiosos por despistar esta questão.
  • Fomos então a uma consulta com a Dra. Paula Rodeia que nos confirmou ser uma plagiocefalia, com uma assimetria que tanto pela idade da bebé e pelos efeitos nas orelhas e olhos só seria remediável com a utilização de capacete. Quando perguntámos pelas consequências de não avançar já para a utilização do capacete e pensar em tentar outros métodos a Dra. Paula alertou-nos que atendendo ao grau de plagiocefalia da Leonor e à idade dela que se esperássemos muito mais seria mais difícil de corrigir.
  • Quanto à questão estética, a Dra. Paula informou-nos que a plagiocefalia tem consequência não gravosas, mas com efeitos na articulação do queixo e no alinhamento dos olhos, bem como o aumento da frequência de otites e enxaquecas. Nós achamos que isto faz sentido, mas mesmo que fosse apenas estético quereríamos avançar. A questão estética é mais importante do que nos foram indicando, muitos desvalorizaram com o facto de ser menina e depois poder usar o cabelo comprido, mas a verdade é que se for uma questão importante para a Leonor no futuro não a poderia corrigir. A assimetria só é corrigível enquanto as suturas não estão encerradas, pelo que depois destes primeiros anos de vida é impossível.
  • Assim, decidimos avançar. Escolhemos continuar com a Dra. Paula porque gostámos do atendimento e achámos que estávamos bem entregues. A verdade é que é muito dinheiro e ponderámos ir a um centro ortopédico de que nos haviam falado bem, mas como precisámos de ir à Dra. Paula para despistar a outra coisa, depois achámos que fazia sentido continuarmos com ela.
  • Depois de decidirmos, marcámos consulta para fazer o scan para o capacete. Correu muito bem, distraímos a Nônô com vídeos no telemóvel enquanto a Dra. Paula fazia o scan. Cerca de dez dias depois fomos colocar o capacete.
  • Ao contrário do arnês, cuja adaptação foi à bruta, uma vez posto não poderíamos mais tirar, a adaptação ao capacete foi gradual: no primeiro dia tinha uma hora com e outra sem, no segundo dia duas horas com e outra sem, no quarto dia quatro horas com e uma sem. Só ao terceiro dia é que dormiu sesta com o capacete e apenas na quinta noite é que dormiu com o capacete. Adaptámos o esquema um pouco às nossas necessidades e alargámos o período de adaptação, mas passado uma semana da colocação a Leonor já estava com a utilização normal: apenas retira uma hora por dia para tomar banho. Neste momento já passaram quase duas semanas e acho que ela ainda está a combater aquilo. Não acho que lhe doa (não chora), mas causa-lhe calor e comichão. Nota-se mais até quando não o tem colocado. Aproveita para se coçar e arranha-se toda.
  • As consultas de manutenção são quinzenais ou mensais dependendo da situação e pagam-se à parte do capacete. No nosso caso, como temos seguro de saúde, ficam apenas a 15 € por consulta, mas sei que, caso não exista convenção, são a 80 € (85 € a primeira consulta).
  • O tratamento, no nosso caso, será de 4 meses.
  • No total é um tratamento dispendioso. Tenho noção que infelizmente não é acessível a todos. Não tivemos problemas em recorrer a poupanças para o fazermos porque achamos que é importante, sei de famílias que recorreram a um crédito ao consumo para o fazerem. É duro, é inegável que é um factor de ponderação, mas é o que tem que ser.
  • Ir a Lisboa às consultas é chato, implica uma logística tramada, acresce nos nossos custos, mas também não tínhamos outra hipótese. Em Coimbra não há quem faça isto e o especialista do Porto, além de não nos ter sido tão recomendado, é mais caro.
Como isto é um tratamento caro, é muito complicado encontrar quem o tenha feito que abra o jogo e diga preços e afins, é o motivo pelo qual o faço aqui.

O que eu gostava de ter sabido antes: é possível os miúdos nascerem com a cabeça torta e é importante irmos olhando bem para isso. Se existir a posição preferencial do bebé é importante contrariar logo desde o início para não criar assimetria e para isso é crucial a utilização da almofada Mimos logo que desconfiem da assimetria. Também acho importante procurar um especialista o quanto antes e ter noção que o tempo é importante neste tipo de tratamento.

O conselho que daria a mim própria e que pode ou não servir a outros: mandar à fava quem diz que é só estético, que não vê a diferença, que se calhar é excesso de zelo e que isso com três rezas à Nossa Senhora do Iemanjá e um pino passa.

08
Jul18

Férias sem filhos vs Férias com filhos

Ana Sousa Amorim
Orçamento sem filhos: X. É muito dinheiro, mas viajar é a coisa que gostamos mais de fazer e é um tudo incluído.Orçamento com filhos: X. Porra, temos que ir em Setembro, com este dinheiro não dá para mais. Bolas, não dá para um hotel porque como somos 5 tínhamos de pagar dois quartos, então temos de arrendar uma casa. E ainda temos de gastar mais em alimentação. Vai ser apertado, não podemos comer fora nem um dia que seja.O dia sem filhos: Acordar sem despertador, mas cedo porque gostamos de aproveitar o dia inteiro de praia, aí entre as 8h e 9h e ir tomar o pequeno-almoço com calma, sem pressas. Depois de beber um café, espreitar as notícias do dia e seguir para a praia. Escolher o chapéu, estender a toalha, e começar o dia de decisões: Vou primeiro à água ou leio um pouco? Oiço música ou passeio à beira-mar? Seco à sombra ou será que já posso secar ao sol? Bebo um cocktail ou mais uma cerveja? Vou ao mar no final deste parágrafo ou no final deste capítulo? Será que já estou morena o suficiente para pôr fato-de-banho ou continuo a usar bikini para ficar sem marcas?O dia com filhos: Tic tac, motherfucker, são 7 da manhã e já está tudo de pé. Biberões para os gémeos e pequeno-almoço para o Gonçalo e rápido que eles parece que já estão capazes de matar cachorro a grito. Comer a torrada que ficou mais queimada com um bocado de manteiga e começar a pôr cremes. Felizmente preparámos o saco na noite anterior, agora é só pegar e arrancar. É *só* pegar no saco das toalhas de praia, no chapéu, no saco dos brinquedos, no saco da muda de fraldas, na carteira, colocá-los no carrinho e estamos prontos a sair. Sair. Saí daí, Gonçalo, não coloques isso na boca, pará, anda, por favor, vamos para a praia, não queres ir à praia, anda lá, pára, santa paciência, anda lá, estamos quase a chegar, por favor. Duarte, não te mandes do carro. Leonor, está sol pára de pôr a capota para baixo porque tu és muito branquinha, anda lá, pára, eu sei que queres brincar ao esconde-esconde, mas estão 30.º graus, por favor, pára. Gonçalo, o que é que disse? Anda lá, já chegámos. Montar o chapéu. Gonçalo, pára de chorar, eu sei que tens areia nos pés, estás na praia o que é que querias? Tudo na toalha, estejam quietos, andem lá, só dois segundos, deixem a mãe tirar a roupa. Quem é que quer ir à água? Yeeah. Olha que giro, isto até é giro. Ai espera, tenho que voltar à toalha, esqueci-me das bóias. Gonçalo, pára, por amor da santa, está quieto dois segundos da tua vida para eu te pôr a porra da bóia ou juro que te deixo beber dois pirulitos para veres o que é bom para a tosse. Ai a porra do deus da parentalidade positiva ou consciente, ou lá o que é, que não me ajuda, põe a bóia, anda lá, vês, já está porque é que não tens calma? Ok. Estamos na água, fixe, está bom. Porque é que estás a chorar? Está fria, é? Ok, vamos para a toalha. Toalha. Toalha. EU DISSE TOALHA. Agora estás todo croquete, eu não disse que era na toalha? Porra. Ufa. Olha, agora que eles parecem estar todos quietos vai buscar uma cerveja para nós. São dez, o bar ainda não abriu. O quê? São só dez? F*da-se.A noite sem filhos: Vamos jantar ao argentino? Ou ao mexicano? E depois queres ver um filme para o quarto ou beber uns copos no bar do hotel? E amanhã vamos dançar?A noite com filhos: Fazer jantar. Dar jantar. Jantar enquanto eles se engalfinham. Historinha e adormecê-los. Olha que bem, a vantagem é que eles ficam muito cansados com a praia e assim adormecem logo e agora podemos curtir aqui este alpendre. Olha, queres ler um bocado ou aproveitar para ver um filme? Baby? Baby? Baby, vai para cama, sempre dormes melhor que aí na cadeira.Regresso sem filhos: Que merda. As férias são tão curtas. Amanhã já trabalho, que dor.Regresso com filhos: NUNCA MAIS. AMANHÃ JÁ TRABALHO, YEAAAAAAAAAAAAAAH. 

03
Jul18

Update Leonor e a displasia

Ana Sousa Amorim

A Nônô já se adaptou ao arnês. Demorou um pouco mais que o normal, mas adaptou-se. Agora sinto que voltou a ela (para bem de todos cá em casa, que a coisa andava muito, muito desregulada). Voltou a dormir praticamente a noite toda e a adormecer sozinha.

Acho que também ajuda o facto de ter ficado mais fresco, o arnês ainda lhe causa algum calor e com a descida de temperatura ficou mais fácil.

Já tenho a cadeira da displasia cedida pela BebéConfort. Contactei directamente a marca e foram muito simpáticos, mandaram entregá-la na loja Bybebe em Coimbra. Aconselho a quem precise (que seja de Coimbra) a contactar directamente a loja, pois o atendimento é fantástico e fazem o pedido por nós se preciso. Gosto mesmo do atendimento desta loja e é o que me faz voltar sempre lá (instalaram-me a cadeira no carro, sem ganharem absolutamente nada com este serviço que é providenciado directamente pela Bebéconfort). A cadeira é basicamente uma cadeira normal sem os apoios de lado, para que a bebé possa estar sentada de pernas abertas.

Recebi uma dica preciosa de uma mãe que está a passar o mesmo que eu que me disse para colocar uma almofada por debaixo da Leonor para a aconchegar mais e a verdade é que foi desde esse momento que ela ficou melhor. É uma almofada com pouca altura que tinha no sofá da sala e à qual coloquei uma fronha normal de linho e ponho-a por baixo dela, nas costas, deixando o rabinho e as pernas de fora da almofada.

Quando fez quinze dias que tinha colocado a tala, fomos à consulta e foi muito animador: já se notava resultados, a evolução estava a ser fantástica e a continuar assim poderemos não precisar de ter tanto tempo como inicialmente previsto. Agora é só ter paciência e logo logo ela estará boa.

Obrigada a todos que se preocuparam e que nos desejaram o melhor, estou certa que esta boa energia foi essencial!

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